sábado, 2 de junho de 2012

 

AS HORAS

Lento...
Lerdo...
Chumbado...
Apenas busco uma a uma
Todas as velhas imagens em minha memória.
Para uma profunda,
Atentíssima...
Talhada despedida.

Talvez tenha sido mesmo a certeza nessa manhã
Linda...
Leve...
Loura...
Que depois de uma noite
Nervosa e irônica
Vazou-me atenta demais.
Tomou-me o tempo
Tornou-me insuficiente...
Pouco...
Parco...
Escasso...

Talvez por tanto forjar alegrias fraudulentas
Estes sim suicídios sinceros
exauri-me
E não me surpreenda agora o resultado.
Afinal...
Como salvar alguém de seus próprios abismos?

Em meu cotidiano não fui feliz...
Nem infeliz.
Fugaz... Talvez.
Doido?
Tarde demais.
Doído...
Cedo demais.

Que fique esse buraco,
Vácuo,
Solavanco...
E os meus vestígios...
Que fiquem as horas à posteridade...

...Ivan Vagner Marcon...

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